O PODER MUNDIAL NÃO
PRECISA DE GOLPE NO BRASIL
As
riquezas minerais, especialmente o petróleo, continuam sendo o grande motivo de
muitos golpes em diversas partes do mundo, para garantir a exploração e posse
desses bens por alguns poucos países ricos. É óbvio, há interesse por outras
riquezas também.
Há
quem pense, talvez a grande maioria, que quem conduz todo o esquema de
exploração das riquezas dos países periféricos seja apenas o imperialista EUA.
Desconhecem o verdadeiro poder mundial das 300 famílias detentoras de imensas
fortunas, lideradas por 13 dinastias, que habitam em vários países. Manejam o
poder através de mecanismos que se pode conhecer em meu blog, no artigo “Governo
Mundial”.
Diversos
países foram invadidos ou sofreram golpes patrocinados pelos EUA, França, Grã
Bretanha etc.
Mo Brasil, Getúlio
Vargas, ao sair do poder em 1945, deixou créditos de cerca de US$ 500 milhões junto
aos EUA e £100 milhões junto a Inglaterra. José Linhares exerceu a presidência por
seis meses, passando para o Marechal Eurico Gaspar Dutra que cedeu às pressões
daqueles dois países devedores.
O primeiro, EUA,
obrigou o Brasil a dilapidar os créditos em mercadorias que ainda não
fabricava: importou rádios de pilhas, geladeiras, iô-iôs, canetas
esferográficas etc. Não pôde aplicar em bens de capital. O outro país devedor, obrigou o governo Dutra a encampar a
falida e sucateada “The Leopoldina Railway Co.”, por quase todo o valor dos
créditos brasileiros e, pior, faltando, pelo contrato, apenas alguns meses para
voltar para a União sem nenhum custo. E Dutra, de quebra, criou a Escola
Superior de Guerra, sob figurino desenhado por oficiais norte-americanos.
Voltando à presidência,
em 1951, Getulio imprimiu orientação de defesa das riquezas nacionais. Caiu em
1954, após a aprovação da Lei 2004 (monopólio estatal do petróleo) e a limitação
da remessa de lucros.
Jânio
Quadros caiu em agosto de 1961, após restabelecer relações diplomáticas com
países da “Cortina de Ferro”, preparar o reslabelecimento com a URSS, mandar limitar
a remessa de lucros para o exterior e impedir a criação de uma Força
Interamericana para invadir Cuba, proposta pelos EUA.
João
Goulart, foi derrubado após editar decreto de limitação da remessa de lucros
e medidas que desgostaram a burguesia rural. O golpe que o derrubou em 1964, iniciou-se
em 1954, pois o poder mundial não permitia nenhum governo que tivesse
autonomia. Em 1964, devido também à conjuntura internacional, militares, com
apoio de civis, consumaram o golpe idealizado, conforme o embaixador Lincoln
Gordon, pelos EUA. Afinal, Cuba estava atravessada na garganta do poder internacional
e já se avizinhavam outros governos populares.
Quando Obama anunciou que iria bombardear a Síria, para derrubar o
governo de Bashar Assad, era a aplicação da política de dominação universal
concebida no final da II Guerra Mundial. Recuou devido à indecisão do
Congresso e repúdio da opinião pública, mas não significa modificação da
política para o Oriente Médio. Em 1953, ao derrubar o governo nacionalista de
Mossadegh no Irã, recolonizou o pais e estabeleceu uma base para toda a região.
Foi no governo de Franklin Roosevelt (1882/1945) – quatro mandatos
1933/45 -, que foi criado o “War and Peace Program” visando ao domínio perpétuo
dos EUA sobre todo o mundo, quando ainda se pensava que, com a desagregação do
Império Britânico, a Grã Bretanha deixaria de ser imperialista.
No
início da ditadura militar-civil no Brasil, o grande capital internacional
gozava de ampla liberdade. Porém, Geisel (1974/1979) impôs algumas medidas de
defesa da nossa soberania. Fez acordo com a Alemanha para construir a usina
nuclear de Angra, desagradando aos EUA, e denunciou o Acordo Militar
Brasil-EUA, que Lula veio a restabelecer.
David Rockefeller cria
e preside, em 1982, o “Diálogo Interamericano” e a política imperialista para a
America Latina começa a mudar.
Sofreram
golpes também, o Chile (grandes reservas de cobre), a Bolívia (gás natural),
Argentina (petróleo) e até o pequenino Uruguai, estratégico para o pleno
desenvolvimento das ditaduras latino-americanas.
Os golpes foram efetuados para liberdade de
exploração das riquezas minerais dos diversos países. Essa necessidade dos
países dominantes persiste até hoje, para que possam desenvolver suas próprias
economias e dominar a economia mundial.
Esperava-se que, com o restabelecimento da
democracia no Basil, os governos eleitos tivessem autonomia, devido à
legitimidade conferida pelas urnas, e defendessem os interesses nacionais e
populares. Ledo engano. Os grandes grupos internacionais continuam dando as
cartas.
Sarney, igual a peru tonto, empurrou com a barriga
seus cinco anos. Collor foi mais incisivo na implantação da política econômica neoliberal
que Fernando Henrique consolidou e aprofundou a desnacionalização da economia
com as privatizações, a derrubada do monopólio estatal do petróleo,
beneficiando as petroleiras multinacionais e atacou os direitos sociais,
trabalhistas e previdenciários e outras medidas lesivas aos interesses
nacionais.
Lula manteve a mesma política e, mais realista que
o rei, aceitou a nomeação para a presidência do Banco Central do Brasil do
indicado por David Rockefeller. Anunciou o Sr. Meireles em Washington, em
Nov/2002, após sair de uma reunião como George Bush. E, no mesmo mês e ano,
passou um final de semana na fazenda da família Moreira Salles, testa de ferro
da multinacional Molycorps que explora nióbio no Brasil e é dona da maior
reserva do mundo em Araxá. Esse preciosíssimo mineral está saindo
desbragadamente para a Grã Bretanha e para os EUA, países que não dispõem em
seus sub solos de nenhum grama do metal. O manganês do Amapá já acabou, e ficou
apenas com os buracos.
Dilma, aceita tudo e as empresas nacionais estão
sendo adquiridas, livremente, pelas multinacionais que já dominam a rede de
supermercados, lanchonetes, laboratórios, indústrias, distribuidoras de
energia, telefonia etc. E privatizou o pré-sal.
PORTANTO, se o poder mundial, o grande capital, os
bancos, os grandes órgãos de mídia, o agronegócio, estão à vontade e lucrando
como nunca, por que tirar do poder quem lhe atende completamente? E, de quebra,
se a oposição vencer, nada mudará. Será o original derrotando a cópia.
Interessa a esse poder, sim, derrubar governos que
acabaram com a exploração de suas riquezas nacionais, como Venezuela, Bolívia,
Equador, Nicarágua e até a Argentina, que está tomando medidas de defesa de
suas riquezas.
Em abril
de 2014
RONALD
SANTOS BARATA